sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A vitória contra o desamor

A possível vitória da Dilma Roussef em 31 de outubro é uma vitória, sobretudo, contra o desamor.

Deixando de lado os gráficos, as comparações entre Lula e FHC, os dados sobre os estragos de Serra em São Paulo e de seus amigos de partido em outros estados - como a do Aécio em Minas Gerais - , a possível vitória da Dilma, representa, mais que tudo, a capacidade que ainda temos de amar.

Essa opção pelo amar e esta irreverência contra o desamor se manifesta quando temos uma campanha feita por nós. Desde sua posse em 2002, quando milhares de brasileiros foram a Brasília comemorar a eleição de um operário de esquerda no poder, o Governo Lula é de cada pessoa que o construiu no dia-a-dia, nos Movimentos Sociais, nos sindicatos, nas associações e nas universidades.Que construíram este permanente estado de espírito de permitir o brasileiro de amar a cada dia mais. A amar os pobres, as mulheres, os negros e os homossexuais. Quão simbólico não é termos um adesivo lilás na campanha da Dilma? E o adesivo de campanha pela promoção da igualdade racial? Quão simbólico não foi a Nilcéia, a Matilde Ribeiro e o Edson Santos nesses últimos anos lutando por um Brasil feminista e anti-racista? Todos estes resultados são fruto da luta de milhares brasileiros por uma sociedade justa. Nós construímos isto em todos os espaços, não porque o governo nos permitiu este direito, mas porque nós nos permitimos.

É uma vitória do amar, principalmente, da classe trabalhadora. De permitir que os trabalhadores do Brasil tenham novas perspectivas e oportunidades de vida. De continuar tirando-os das margens e colocá-los em seu devido lugar, que é no poder. Uma sociedade que ama é uma sociedade que ama ao próximo. E amar ao próximo significa permitir que direitos sejam garantidos, que as pessoas vivam bem, em abundância, com dignidade e soberania. Com autonomia para decidir sobre os seus próprios rumos, e que estes rumos não sejam decididos pelo mercado, mas por nós mesmos, organizados com base em pilares de cooperatividade, solidariedade e, do mais importante, do socialismo. Só o socialismo permite a afirmação do amor e o fim das opressões.

Serra não possui companheiros, possui amigos. Companheiros compartilham o pão, e compartilhar o pão é compartilhar a vida, a vida de todos aqueles que nunca deixaram de sonhar. Dilma tem ótimos companheiros a sua volta.